Talvez eu ande meio esquecido, meio largado, mas ainda existo. Subsisto. Resisto!
A Internet que você usa se apoia em mim. Você nem imagina!
Os que exploram e controlam contam comigo. Eu sirvo a quem me queira.
Pro restante, resta um mar de lama sem fim. Assim não posso lhes servir.
Se soubessem de mim, se me quisessem, lhes serviria também.
Sou assim. Sirvo bem para servir sempre.
Se gostam do que eu faço, eu sirvo.
Se preferem diferente, eu sirvo também.
É que sou infinitamente adaptável e moldável. É da minha natureza.
Já fui famoso. Ganhei prêmios, reconhecimento, muitos amigos:
Reis e rainhas, presidentes e presidentas, CEOs e CEOas.
Também sou amigo da Maria, do João, da Srta Ana, do Dr Luís, da Dona Amélia.
Governos me puseram a serviço da soberania.
Corporações me adotaram por autonomia.
Pessoas me escolheram por liberdade.
São motivos semelhantes. A todos eu sirvo.
Consequentemente, pela eficiência, pela segurança, pela economia, pela transparência, pela flexibilidade, pela colaboração, também sirvo.
Falavam muito de mim, você lembra?
Pelo meu nome próprio me chamavam e eu atendia.
Mas também houve propaganda contra o que ofereço de mais precioso.
A todos sirvo e servi, você lembra? Lembra daquele tempo?
Mas mudaram os ventos e me empurraram pra longe.
Pro espaço, pro armário, pras profundezas, pras nuvens.
Querem-me só pra eles, pra explorar e controlar.
Pra quem me quer, só o melhor: fazem questão que eu lhes sirva.
Pra quem nem lembra de mim, empurram a porcariada. E aceitam.
Outros nem me conhecem e acham que não sirvo. Mas sirvo sempre.
Ainda sou forte e veloz.
Talvez eu seja simplesmente como um sapato velho.
Ainda sirvo! Se você quiser, basta você me calçar.
Sou o Software Livre, às suas ordens, aos seus pés.
Quando você quiser, ainda estou aqui.
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