Já faz tempinho que acho que nacionalismo é algo divisivo e prejudicial pra humanidade e pras forças que nos ajudam a progredir, mas os símbolos nacionais do Brasil estão em camadas profundas da minha identidade e da minha construção nacional.

Por isso mesmo, a cooptação da bandeira brasileira por discursos fascistas muito me incomodou, e por isso me traz tanto alívio e alegria o resgate dos símbolos e de uma certa unidade nacional em torno do filme Ainda Estou Aqui, vencedor de tantos prêmios nacionais e internacionais, com toda a justíssima crítica que faz à ditatura que se seguiu ao penúltimo golpe.

Não me escapa a ironia de que o filme tenha sido co-produzido e distribuído por uma empresa cujo departamento de jornalismo roteirizou e promoveu os dois últimos golpes, transformando sua ficção em realidade.

Como de praxe, coube a guerreires da dramaturgia, sempre na vanguarda do progresso social, resgatar a humanidade, denunciar o intolerável e, fazendo a via oposta, transformar a dura realidade passada em arte dramática, para assim, através da cultura e da compreensão da história, transformar a sociedade que imaginamos em realidade futura.

Muitos obrigados a Walter, Eunice, Marcelo, Fernandas, Selton e toda a trupe que trouxe luz e força para nossa esperança.

Até blogo,